O adiamento dos Jogos Olímpicos do Japão, transferidos de julho deste ano para uma data ainda indefinida em 2021, é o mais recente golpe provocado pela pandemia de Covid-19 no mundo esportivo. Antes, ao redor do planeta, partidas da NBA, corridas de Fórmula-1, eventos da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) e muitas outras competições, das mais diversas modalidades, já estavam suspensas.
O mais popular dos esportes seguiu a tendência. Dos campeonatos estaduais, no Brasil, à Liga dos Campeões, na Europa, passando pela Libertadores da América e a Copa Sul-Americana, as principais competições de futebol no mundo foram, uma a uma, sendo interrompidas. O mesmo aconteceu com a Eurocopa e a Copa América, os dois principais torneios continentais de futebol, postergados para o próximo ano.
Sem eventos (inclusive para transmissão pela TV), com atletas confinados e com ginásios, estádios e centros de treinamento fechados, a indústria esportiva soma perdas incalculáveis provocadas pelo novo coronavírus.
Segundo a revista Exame, com informações da consultoria Sports Value, o esporte profissional, sozinho, responde por cerca de um terço dos US$ 750 bilhões (R$ 3,75 trilhões) de receita anuais desse mercado. Também alimenta segmentos como o varejo esportivo, com venda de camisas e outros itens (US$ 278 bilhões ou R$ 1,39 trilhão ao ano), e de infraestrutura, comida, bebida e apostas (US$ 200 bilhões ou R$ 1 trilhão /ano). O jornal espanhol El País, por sua vez, informa que, de acordo com dados do economista Victor Mathesson, da Universidade de Massachusetts (EUA), os sete esportes coletivos mais populares (futebol, futebol americano, basquete, beisebol, hóquei no gelo, rúgbi e críquete) geraram, em 2018, € 80 bilhões (R$ 442,4 bilhões) anuais, derivados, basicamente, da venda de direitos televisivos.